Espaço de emoções sentidas? Memórias?Estados de alma?Desabafos?Palavras ditas e outras que ficaram por dizer?

Tributo a poetas? Pequenas homenagens?

Talvez tudo isso ou, apenas, exorcismo e catarse da alma?


Seja como for, "esta espécie de blog" não pretende ser nada, a não ser o reflexo do que SOU e SINTO!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Meu homem amado

Quantas vezes te digo
quantas vezes…
que és para mim
o meu homem amado?


O que chega primeiro
e só parte por vezes
antes de eu perceber
que já tinhas voltado

Quantas vezes te digo
quantas vezes…
que és para mim
o meu homem amado?

Aquele que me beija
e me possui
me torna e me deixa ficando a meu lado

Quantas vezes te digo
quantas vezes…
que és para mim
o meu homem amado?




Que sempre me enlouquece
e só aí percebo
como estava perdida
sem te ter encontrado


Maria Teresa Horta

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Tempestades


São de nada
tempestades
ante a falta
que me fazes


David Mourão Ferreira, Os Ramos – Os Remos

Regresso a ti...

...lugar que não esqueci!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Lágrimas Ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Tomo a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
 
Florbela Espanca

A nossa casa, Amor...

A nossa casa, Amor, a nossa casa!
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!

Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?

Sonho... que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num jardim,

Num país de ilusão que nunca vi...
E que eu moro - tão bom! - dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim...

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"