Espaço de emoções sentidas? Memórias?Estados de alma?Desabafos?Palavras ditas e outras que ficaram por dizer?

Tributo a poetas? Pequenas homenagens?

Talvez tudo isso ou, apenas, exorcismo e catarse da alma?


Seja como for, "esta espécie de blog" não pretende ser nada, a não ser o reflexo do que SOU e SINTO!

sábado, 19 de maio de 2012

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A minha boca no teu peito...

 
 
Nunca adormece a boca
no teu peito

A minha boca sem pressa
descendo-te até ao ventre
... a beber devagar o que é desfeito

Maria Teresa Horta

I just want...

sábado, 12 de maio de 2012

Com as mãos...


Com as mãos
construo
a saudade do teu corpo,
onde havia
uma porta,
um jardim suspenso,
um rio,
um cavalo espantado à desfilada.
Com as mãos
descrevo o limiar,
os aromas subtis,
os largos estuários,
as crinas ardentes
fustigando-me o rosto,
a vertigem do apelo nocturno,
o susto.
Com as mãos procuro
(ainda) colher o tempo
de cada movimento do teu corpo
em seu voo.
E por fim destruo
todos os vestígios (com as mãos):
Brusca-
mente.

Eduíno de Jesus

Mais uma perda...

                                                                Bernardo Sassetti

                                               ...Com tanta gente, por aí, que não presta!...

domingo, 6 de maio de 2012

No amanhecer de ti...


No amanhecer de ti
cabem todas as janelas
porque és a dimensão
onde as viagens são possíveis
e deixas uma sombra
de castelo encantado
na meia luz das salas
onde o teu corpo passa
dá-me a tua mão
e veste-me de ti
quero partir sem medo
quero partir sem mágoa
na estrada dos teus olhos
onde as pedras são de água

Mário Domingos

A terra treme...


Sonhei contigo: um olhar, o teu corpo alucinante esmagado sobre o meu, a tua figura engolida pela noite e pelo vento no terraço da casa da praia. A neblina colorida do mar mediterrâneo. Ela, que eras tu, afastando-se e aproximando-se, vezes sem conto, sorrindo leve. Acordei e chorei. As nuvens vão mais do que vêm. Canto e choro e recordo cada um dos nossos instantes na casa do amor. Desejo-te com ternura. São gémeas a chama e a flor, a paixão e a amizade. E digo-te. E respondes: “Amo-te com a mesma loucura mas agora mais sabiamente.” Não entendo.

A terra treme quando sobre mim te elevas.

Casimiro de Brito

Serenamente

Serenamente os dedos
sob os dedos
um fogo brando
nos seios da madrugada
se bebo o medo
do medo dos teus dedos
apago os lábios
nos lábios dessa água
Côncavo breve da palma
e logo os dedos
da tua mão fechada na cintura
depois descendo
crescendo e já fendendo
tocando enfim no topo da loucura
Punho da espada
ou pulso do teu braço
os dedos baixo
descobrindo o nada
enquanto eu monto renasço
e vou gemendo
subindo em mim
   até de madrugada

                                                                                            Maria teresa horta

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Why?

                                 
                                      Where is my mental sanity?! Why am I dreaming again?!
                                                       

Chegaste!



Chegaste, ofereceste-me o teu corpo.
E, como no mar, nele mergulhei repetidamente.
Dei-te as minhas mãos, os meus dedos, a minha língua.
Até que o bater das horas ditou que saísses de mim
Ficando com o paladar inundado do teu sexo
Que reclama que o relógio pare.

João Espinho

terça-feira, 1 de maio de 2012