Espaço de emoções sentidas? Memórias?Estados de alma?Desabafos?Palavras ditas e outras que ficaram por dizer?

Tributo a poetas? Pequenas homenagens?

Talvez tudo isso ou, apenas, exorcismo e catarse da alma?


Seja como for, "esta espécie de blog" não pretende ser nada, a não ser o reflexo do que SOU e SINTO!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Frustração


Foi bonito
O meu sonho de amor.
Floriram em redor
Todos os campos em pousio.
Um sol de Abril brilhou em pleno estio,
Lavado e promissor.
Só que não houve frutos
Dessa primavera.
A vida disse que eraTarde demais.
E que as paixões tardias
São ironias
Dos deuses desleais.

Miguel Torga, in 'Diário XV'

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Acabou!

 Já nada vale a pena!...Nada valeu a pena!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Abraça-me

Abraça-me. Quero ouvir o vento que vem da tua pele, e ver o sol nascer do intenso calor dos nossos corpos. Quando me perfumo assim, em ti, nada existe a não ser este relâmpago feliz, esta maçã azul que foi colhida na palidez de todos os caminhos, e que ambos mordemos para provar o sabor que tem a carne incandescente das estrelas. Abraça-me. Veste o meu corpo de ti, para que em ti eu possa buscar o sentido dos sentidos, o sentido da vida. Procura-me com os teus antigos braços de criança, para desamarrar em mim a eternidade, essa soma formidável de todos os momentos livres que a um e a outro pertenceram. Abraça-me. Quero morrer de ti em mim, espantado de amor. Dá-me a beber, antes, a água dos teus beijos, para que possa levá-la comigo e oferecê-la aos astros pequeninos.
Só essa água fará reconhecer o mais profundo, o mais intenso amor do universo, e eu quero que delem fiquem a saber até as estrelas mais antigas e brilhantes.
Abraça-me. Uma vez só. Uma vez mais.Uma vez que nem sei se tu existes.


Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'

Carta



Meu amor,

A tua voz é o meu destino. As tuas palavras, o que me arrasta para o fundo dos mares, para a completa ausência do mundo. A tua voz é o poema que queria escrever, a palavra certa e única para mostrar um sentimento. A tua voz é um sentimento preciso. As tuas palavras tocam-me como coisas, como mãos,lábios, sopros de fim de tarde. Já só escrevo para que me ames. Escrevo com a esperança de encontrar uma frase, uma única palavra que seja, que faça o teu coração correr para mim novamente, correr para mim sempre. Escrevo para essa palavra, escrevo para ser em ti, para ser de ti. (...)



Uma carta...Paulo José Miranda...Junho...2006

domingo, 12 de fevereiro de 2012