Espaço de emoções sentidas? Memórias?Estados de alma?Desabafos?Palavras ditas e outras que ficaram por dizer?

Tributo a poetas? Pequenas homenagens?

Talvez tudo isso ou, apenas, exorcismo e catarse da alma?


Seja como for, "esta espécie de blog" não pretende ser nada, a não ser o reflexo do que SOU e SINTO!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Naufrágio



Acordo sentindo a tua mão na minha pele,
A tua língua na minha boca... e o meu corpo procura o teu...
Mas há um mar imenso entre nós,
E ondas gigantes não deixam que toque teu coração....

Nado no mar da minha ilusão, .
E procuro um mastro perdido a que me agarrar...
Mas só encontro velas desfeitas...

Preciso ancorar numa praia deserta,
Onde os relógios não tenham ponteiros,
Onde a chuva caia apenas para acariciar minh' alma,
E o vento exista apenas para trazer o sussurro da tua voz,
dizendo que o teu corpo também anseia o meu,
que o teu sexo é  o  mastro que procuro,
... e que queres sentir comigo o orgasmo branco do mar
 no toque dourado da praia!

by no_dreams

A máscara

... cadê a tua?

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Noite terrivel


Na noite terrível, substância natural de todas as noites,
Na noite de insónia, substância natural de todas as minhas noites,
Relembro, velando em modorra incómoda,
Relembro o que fiz e o que podia ter feito na vida.
Relembro, e uma angústia
Espalha-se por mim como um frio do corpo ou um medo.
O irreparável do meu passado – esse é que é o cadáver!
Todos os outros cadáveres pode ser que sejam ilusão.
Todos os mortos pode ser que sejam vivos noutra parte.
Todos os meus próprios momentos passados pode ser que existam algures,
Na ilusão do espaço e do tempo,
Na falsidade do decorrer.

Mas o que eu não fui, o que eu não fiz, o que nem sequer sonhei;
O que só agora vejo que deveria ter feito,
O que só agora claramente vejo que deveria ter sido –
Isso é que é morto para além de todos os Deuses,
Isso – e foi afinal o melhor de mim – é que nem os Deuses fazem viver...

Se em certa altura
Tivesse voltado para a esquerda em vez de para a direita;
Se em certo momento
Tivesse dito sim em vez de não, ou não em vez de sim;
Se em certa conversa
Tivesse tido as frases que só agora, no meio-sono, elaboro –
Se tudo isso tivesse sido assim,
Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro
Seria insensivelmente levado a ser outro também.

Mas não virei para o lado irreparavelmente perdido,
Não virei nem pensei em virar, e só agora o percebo;
Mas não disse não ou não disse sim, e só agora vejo o que não disse;
Mas as frases que faltou dizer nesse momento surgem-me todas,
Claras, inevitáveis, naturais,
A conversa fechada concludentemente,
A matéria toda resolvida...
Mas só agora o que nunca foi, nem será para trás, me dói.
O que falhei deveras não tem esperança nenhuma
Em sistema metafísico nenhum.
Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonhei.
Mas poderei eu levar para outro mundo o que me esqueci de sonhar?
Esses sim, os sonhos por haver, é que são o cadáver.
Enterro-o no meu coração para sempre, para todo o tempo, para todos os universos,

Nesta noite em que não durmo, e o sossego me cerca
Como uma verdade de que não partilho,
E lá fora o luar, como a esperança que não tenho, é invisível pra mim.


Álvaro de Campos

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Touch...

                                                                 ... touch me now!
Foto: Ján Hronský

Hand....


                                                              - Give me yours!

Foto: Ján Hronský

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Freedom!

I love walking in the rain!

foto : Yuri Garnov

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

am-ARTE





   "Quero beijAR-TE  sempre como se fosse a primeira vez e amar o teu corpo como se fosse a última vez!"

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Solidão


«Todos os desertos são iguais, porque quando estamos acompanhados, podemos estar acompanhados de mil maneiras diferentes. Depende de quem está à nossa volta, ou daquilo que nos cerca. Mas a solidão é só uma, é sempre a mesma. Por isso, eu sou todos os desertos em toda a sua vastidão, pois a minha solidão é a solidão de todas as pessoas, de todos os seres vivos, de todas as pedras, de todas as perdas.»


 A morte não ouve o pianista, Afonso Cruz

Do outro lado...TU!


Only for you...