"A poesia não está somente nos versos, por vezes ela está no coração, e é tamanha, a ponto de não caber nas palavras " (JORGE AMADO)
Espaço de emoções sentidas? Memórias?Estados de alma?Desabafos?Palavras ditas e outras que ficaram por dizer?
Tributo a poetas? Pequenas homenagens?
Talvez tudo isso ou, apenas, exorcismo e catarse da alma?
Seja como for, "esta espécie de blog" não pretende ser nada, a não ser o reflexo do que SOU e SINTO!
Tributo a poetas? Pequenas homenagens?
Talvez tudo isso ou, apenas, exorcismo e catarse da alma?
Seja como for, "esta espécie de blog" não pretende ser nada, a não ser o reflexo do que SOU e SINTO!
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
quero-te em mim...
...
Quero-te assim…
Nesse instante e para sempre
Perdida em êxtase me deter.
No labirinto de ti aprisionada
Suor a escorrer pelo meu ventre
Na entrega de mim desnudada.
A fêmea outrora adormecida
Surge agora ainda mais mulher
De máscaras já toda despida.
Quero-te em mim …
Do que antes eras esquecido
Na voragem da minha paixão.
De me possuíres tão sequioso
Alimentado no suco do prazer
Que humedece cálido e viscoso
Meu sexo que está ao teu unido.
Afundado num mar de emoção
Embriagado no auge de me ter.
Quero-te assim…
Bem fundo dentro de mim!
julieta Ferreira
Como eu te amo!
Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:
Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, — mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
O que espero, cobiço, almejo, ou temo
De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas
Com quanto amor eu te amo, e de que fonte
Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.
Gonçalves Dias
Quando te vejo...
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Só Queria...
Só queria estar contigo apenas uma vez, antes de partir...
... beber avidamente do teu sabor, espalhar a tua seiva no meu ventre faminto, saborear o teu cheiro, fechar o teu sorriso na palma da minha mão, guardar o eco da tua voz em todos os poros da minha pele... e levar TUDO comigo!
... beber avidamente do teu sabor, espalhar a tua seiva no meu ventre faminto, saborear o teu cheiro, fechar o teu sorriso na palma da minha mão, guardar o eco da tua voz em todos os poros da minha pele... e levar TUDO comigo!
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Deve chamar-se tristeza
Deve chamar-se tristeza
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.
Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a Ter.
Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó
Fernando Pessoa
Tenho esperança? Não tenho.
Tenho esperança? Não tenho.
Tenho vontade de a ter?
Não sei. Ignoro a que venho,
Quero dormir e esquecer.
Se houvesse um bálsamo da alma,
Que a fizesse sossegar,
Cair numa qualquer calma
Em que, sem sequer pensar,
Pudesse ser toda a vida,
Pensar todo o pensamento -
Então [...]
Fernando Pessoa, 11-12-1933
domingo, 19 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
sábado, 11 de dezembro de 2010
Mar
Na melancolia de teus olhos
Eu sinto a noite se inclinar
E ouço as cantigas antigas
Do mar.
Nos frios espaços de teus braços
Eu me perco em carícias de água
E durmo escutando em vão
O silêncio.
E anseio em teu misterioso seio
Na atonia das ondas redondas
Náufrago entregue ao fluxo forte
Da morte.
Vinicius de Moraes
Tão calma é a chuva...
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Tesitura
1
Hoy tengo un deseo que me hace nueva...
Mi intención "hombre de agua" es:
obsesionarte con mi beso;
amarte con fascinación,
con adoración ferviente.
Haremos el amor... delicadamente.
2
Cuando tu boca apenas me roza
me convierte en una parcela llena de humedad.
Me seduces a la liviandad.
3
Mi liviandad tu la provocas, con tu mirada de beso
con tu beso de ... quiero!.
4
Tu cuerpo cálido es una invitación abierta al amor.
No sólo a la demostración física...
Hablo del sentimiento vasto e infinito.
De la pasión que no decrece con la presencia,
de la que se intensifica con la ausencia.
Hablo de lo que me inspira
tu esencia y contexto.
Lleno de defectos, que bien claro miro
y no me asusta; que asumo como algo tuyo.
Hablo de algo muy sencillo:
del amor que por ti siento.
5
Me encanta como suenas,
tu sabor, olor
y textura.
Me fascina como piensas,
tu manera de mirar
y locura.
6
A qué sabrá tu boca en la mañana?
A membrillo?, a durazno?... a limón!.
Cómo se oirá tu corazón en la mañana?
Cómo un tambor?... cómo trombón?... cómo canción!.
Cómo despertaras después de "eso", en la mañana?
Humanamente?... amantemente?... Amadamente!.
7
La noche es un milagro.
Transitar por ella me hace vasta.
La obscuridad es vulnerabilidad
en espacio impenetrable.
Vulnerabilidad es la obscuridad.
Vasta me hace transitar por ella.
Es un milagro la noche
8
Mientras despierta sueño,
que soy tu sueño.
Que sueñas
que te sueño
y así... no duermo.
9
Pienso que estoy en tu pensamiento
que piensas que te pienso
y así.... me duerme.
10
La noche ya llego... estoy dispuesta al amor.
Dispuesta a tu amor... amanezco.
11
Acontece que amanece cuando el amor llega.
12
Vengo a descubrir que la inspiración
algo te la da.
Sólo falta un beso... te besan y ya!.
13
No sé sí estoy inspirada o sólo enamorada.
14
Entre el amor, la noche, el sueño,
la realidad, el deseo;
la pasión y la ternura
está la tesitura.
Ylia Kazama
ABC erótico
Abre-te!
Beija-me!
Cobre-me!
Amar-te é volúpia
Brincar é malicia
Carícia é pingo de mel.
Ai!
Basta!
Cala-te!
Abraço-te, queres?
Belisco-te, gostas?
Colo-me a ti, einh?
Ah!
Biscoito
Crocante!
Às nuvens subi
Bebendo o teu néctar
Crescendo-me em ti!
Ata-me!
Bebe-me!
Come-me!
Agora imparável
Brutalmente bom
Cada vez melhor!
Noel Ferreira
O mundo é grande
Entrega
Cio
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Concierto a puertas cerradas
Con estas manos hechas para ti
quiero
uno a uno tocar
los instrumentos de tu cuerpo
al palparte
me salen tonos
partituras
música en fin
de todas partes
se precisa un golpe
de batuta
para tocarte sin desafinar
estás llena de violines
en ti los pájaros ensayan
sus últimas canciones
en ti debuta una alta fidelidad
que termina
entre mis dedos
haciéndote fraterna
amo tus instrumentos
cuando me inundas de sonidos
cuando tu cuerpo me nombra
el músico más grande
que nadie se sienta herido
– ni bach ni beethoven
ni los trompetistas del juicio final –
eres un concierto
que sólo yo puedo tocar.
Tomás Castro
Je te salue
Je te salue, ô vermeillette fente
Qui vivement entre ces flancs reluis;
Je te salue, ô bienheuré pertuis,
Qui rend ma vie heureusement contente!
C'est toi qui fais que plus ne me tourmente
L'archer volant qui causait mes ennuis;
T'ayant tenu seulement quatre nuits,
Je sens ma force en moi déjà plus lente.
Ô petit trou, trou mignard, trou velu,
D'un poil follet mollement crêpelu,
Qui à ton gré domptes les plus rebelles:
Tous verts galants devraient, pour t'honnorer,
À beaux genoux te venir adorer,
Tenant au poing leurs flambantes chandelles!
Pierre de Ronsard
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Sentidos
Femina
Não lavei os seios
pois tinham o calor
da tua mão.
Não lavei as mãos
pois tinham os sons
do teu corpo.
Não lavei o corpo
pois tinha os rastros
dos teus gestos;
tinha também, o meu corpo
a sagrada profanação
do teu olhar
que não lavei.
Nem aqueles lençóis,
não os lavei,
nem os espelhos
que continuam
onde sempre estiveram:
porque eles nos viram
cúmplices, e a paixão,
no paraíso,
parece que era.
Lavei, sim,
lavei e perfumei
a alma, em jasmim,
que é tua, só tua,
para te esperar
como se nunca tivesses ido
a nenhum lugar:
donde apaguei
todas as ausências
que apaguei
ao teu olhar.
Este poemeto, no modo mulher, é uma variante - e homenagem - do poema Lembranças, de Angela Schaun (Soares Feitosa)
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