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Seja como for, "esta espécie de blog" não pretende ser nada, a não ser o reflexo do que SOU e SINTO!

sábado, 1 de janeiro de 2011

Gozo IV


São de bronze
os palácios do teu sangue


de cristal absorto
encimesmado


São de esperma
os rubis que tens no corpo
a crescerem-te no ventre
ao acaso


São de vento - são de vidro
são de vinho
os liquidos silencios dos teus olhos


as rutilas esmeraldas que
sózinhas
ferem de verde aquilo que tu escolhes


São cintilantes grutas
que germinam
na obscura teia dos teus lábios


o hálito das mãos
a lingua - as veias


São de cupulas crisálidas
são de areia


São de brandas catedrais
que desnorteiam


(São de cupulas crisálidas
são de areia)


na minha vulva
o gosto dos teus espasmos

Maria Teresa Horta

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