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Seja como for, "esta espécie de blog" não pretende ser nada, a não ser o reflexo do que SOU e SINTO!

sábado, 16 de abril de 2011

Sem escolha...


Não sou poeta. Falta-me algo...
A dor, decerto não é. Tão pouco o amor, essa coisa sem tamanho que me tira o ar...e me ressuscita...
Falta-me o talento da palavra solta, o bem saber debochar das letras, o jogo do mostra-esconde das intenções.
Sou de terra, e por mais que crie asas, meus pés ainda assim terão raízes...
Dói-me tanto esse fixar-me!
Por que não nasci sob peixes?
Seria mais fluida talvez, menos objetiva, com menor senso prático, como convém a um poeta....
Quem sabe as crônicas?
As malditas crônicas da realidade, feitas de contas do final do mês, da novela das oito, dos porres tomados embaixo da mesa...
Dessas bem sei falar.
Mas o que quero é a poesia entranhada em meus cabelos, resistindo ao vento e à escova de cerdas sintéticas!
Quero-a correndo em minhas veias, disfarçada de hemácias, incógnita ao meu sistema de defesa.
Quero-a em minha boca...Na fumaça de meu cigarro, no ardor de uma bebida, na doçura de teu beijo!
Quero-a fluindo de mim, em gotas de suor, espalhando o meu cheiro pela sala de estar...
Quero vê-la no espelho que me reflete, escorrendo de meus olhos, inundando minha face de dor e alegria!
Quero-a eterna companhia.
Desejo gritá-la, cantá-la, senti-la definindo o tom de minha voz, a cor de meu olhar, o sentido de minhas palavras!
Mas facilmente descubro que querer não é poder...
São só palavras o que posso parir de minha alma. A poesia está restrita aos meus sonhos.
Não sou poeta. Apenas alegre, às vezes triste.
E assim vão passando os meus dias...
E assim vão passando os meus versos...
E assim vou passando!

Aila Magalhães

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