Quando o meu corpo tocou o teu,
Suei um prazer macio e doce
E voei no sonho que foi ter-te...
Ali, naquele instante sublime e efémero,
Entrei num mundo mágico que foi só meu
E, depois...
Depois, receei tirar-te ao teu descanso merecido,
E deixei que, por breves horas, dormisses...
Não podia, mas desejei tocar-te toda a noite
E, desperta, enchi meu coração de ti,
Para te sentir dentro de mim, quando partisses...
Sei que, na verdade, não te tive,...
Sei que não sentiste a dor que instalaste no meu peito,
Quando disseste :" Vamos?"
Sei, ... creio..., que tudo não passou, afinal,
Do tal sonho em que voei...
Mas sinto, ainda, no meu rosto,
O vento inesperado e seco que, durante a noite, se levantou,
E que, junto com as folhas sangrentas e tristes das árvores semi-despertas,
te arrancou de mim e te levou,
envolto na nuvem cinzenta e lenta que passava...
Atrás de mim, não pudeste ver as amargas lágrimas
que caíam, vagarosas, na minha face pálida,
tornando o meu corpo um castelo de areia,
pronto a desfazer-se, moribundo, e já saudoso de ti!
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