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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Meu sal



Conheço o sal da tua pele seca
depois que o estio se volveu inverno
da carne repousando em suor nocturno.

Conheço o sal do leite que bebemos
quando das bocas se estreitavam lábios
e o coração no sexo palpitava.

Conheço o sal dos teus cabelos negros
ou louros ou cinzentos que se enrolam
neste dormir de brilhos azulados.

Conheço o sal que resta em minhas mãos
como nas praias o perfume fica
quando a maré desceu e se retrai.

Conheço o sal da tua boca, o sal
o sal da tua língua, o sal dos teus mamilos,
e o da cintura se encurvando das ancas.

A todo o sal conheço que é só teu,
ou é de mim em ti,ou é de ti em mim,
um cristalino pó de amantes enlaçados.

Jorge de Sena

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